terça-feira, 3 de novembro de 2015

O perigo das fantasias (novela/romance) na donzela cristã

    Toda adolescente normal é sonhadora. É até um direito de sua idade.
    Daí a paixão com que se entregam aos romances, às novelas de rádio. São distrações aparentemente inofensivas, mas cujas consequências pode ser fatais.
    Há vários males nesse jogo perigoso:
    1) Os heróis do romance ou das novelas são imaginários; nunca existiram. Modelos falsos, por tanto.
    2) O enredo que se descreve ali também é geralmente falsa. E mesmo em se tratando de romances da vida real, há perigo de focalizarem-se quadros não condizentes com a formação da donzela.
     3) Caricatura do amor. Chegamos ao principal escolho do romance e da novela.
     Nada mais perigoso na formação da mocidade que a mutilação, a falsificação do amor. Ora, a maioria dos romances trucida o amor, reduzindo-o a mero sensualismo, ou a exaltações passionais.
     Muitos deles encerram traições, adultérios, dramas conjugais, desquites, não raro doirados pela fantasia do escritor, de modo a impressionar fortemente e mesmo, a entusiasmar pelo erro uma jovem inteligente mas pouco avisada. "Dize-me com que andas e te direi quem es." Há muita verdade nesse proverbio. Ora, os personagens dos romances de novelas nem sempre servem de modelo à juventude. A moça ledora habitual de romance e a ouvinte apaixonada de novelas de rádio correm o risco de viver psicologicamente na companhia de homens e mulheres  pouco recomendáveis.

     Acresce que nem sempre o autor do romance novela tem critério filosófico e moral segura. Donde  pode acontecer que o conjugue infiel seja apresentado aos olhos, aos ouvidos e a inteligência da jovem como o herói, ou mártir envolvido num halo de simpatia e até de verdadeiro fascínio.
    A novela de rádio oferece mais um perigo. A voz meliflua dos locutores, a tonalidade alambicada inflamam a fantasia feminina, contribuem para situar a moça num mundo imaginário, fictício, desviando-a da preparação para as realidades sérias do amor.
     A esta altura você já interrompeu a leitura para replicar: Mas então seremos crianças? Não saberemos distinguir o bem do mal? Não teremos controle?
    Calma, senhorita. Criança nas coisas do amor podemos ser todos nós, pois nesses domínios quem manda o mais das vezes é a coração; e este menino levado, jamais cria juízo.
     Controle, se você de fato o possui, use dele para q regrar suas leituras, seu programa de rádio. Distinguir o bem do mal é muito fácil quando a coisa não nos interessa. Mas o coração apaixonado, a imaginação incendiada, abrem caminho, os mais experimentados, fracassam, tomam por bem o mal. É hoje fora de dúvida que o nosso comportamento, nossa mentalidade, é em boa parte condicionada por imagens ocultas no inconsciente. De lá, do fundo escuro do nosso ser, onde não chega a luz da razão, o farol da consciência, aquelas imagens nos impelem, arrastam, determinam nossos pontos de vista, nossos gostos, nossas alegrias, nossa interpretação da vida.
    É assim que cenas e personagens de romance e de novena, completamente esquecidos influem na sua mentalidade, na sua conquista do Príncipe encantado.
    E o poder de imitação na adolescência? E a força poderosa do exemplo?


Trecho do Livro: À espera do noivo, do Pe Cassimiro Campos.

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