
Qual árvore de muitos galhos, a caridade possui
numerosos filhos. Como as árvores recebem a vida de suas raízes enterradas no
solo, assim a caridade se nutre da humildade, e o discernimento é um dos filhos
ou rebentos da caridade. Não existindo esse solo da humildade, o discernimento
não seria verdadeiramente uma virtude nem produziria frutos de vida. A
humildade brota do autoconhecimento e o discernimento, consiste num real
conhecimento de si e de Mim, que faz o homem dar a cada um o que lhe pertence.
O discernimento é uma luz que dissolve a escuridão, afasta a ignorância e
alimenta as virtudes, bem como as ações externas que conduzem à virtude. O
discernimento enfim, ao fundamentar-se no humilde autoconhecimento, conduz à
luta contra os pecados pessoais.
A alma é uma árvore nascida para o amor; sem ele não vive. Privada do amor divino da caridade, não produz fruto de vida, mas de morte. O cerne* dessa árvore é a paciência. Esta virtude constituí o sinal externo de que Eu estou numa alma e ela em Mim...
O que desejo do homem, como frutos de ação, é
que prove suas virtudes na hora oportuna. "Sou Aquele que gosta de poucas
palavras e de muitas ações". Só o amor produz e revela a virtude! ...
Do pecado original, que contraís através do
pai e da mãe na concepção, restou-vos somente uma cicatriz. Ela é apagada,
embora não completamente, pelo batismo, ao qual o Sangue de Cristo concedeu a
virtude de infundir a vida da graça.
Quando alguém é batizado, imediatamente
cancela-se o pecado original e infundi-se a graça; a inclinação para o pecado,
descrita antes como uma cicatriz, fica enfraquecida e submetida ao controle da
pessoa.
É assim, que pelo batismo o homem dispõe-se a
receber e aumentar a graça de si mesmo. O resultado, para mais ou para menos,
depende do seu esforço em servir-Me com amor e anseio.
Embora possuindo a graça batismal, a pessoa pode
encaminhar-se livremente para o bem ou para o mal. É ao atingir o uso da razão
que praticará o bem ou o mal, conforme ao livre arbítrio de sua vontade.
Aliás, tão grande é a liberdade humana, e de tal
modo ficou fortalecida pelo precioso Sangue de Cristo, que demônio ou criatura
alguma, pode obrigar alguém à menor culpa, contra o seu parecer. Acabou-se a
escravidão; o homem ficou livre. Agora, ele pode dominar a sensualidade, e
chegar à meta para qual foi criado...
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