segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Oração
— A oração é o meio ordinário por onde Deus nos comunica suas graças. « A oração eleva-se do homem para Deus, diz Santo Agostinho, e a graça desce de Deus sobre o homem.» — Mas todas as coisas tem sua medida e-seu limite. Quando, nas Santas Escrituras, se ordena que oremos constantemente, não se deve entender a respeito da oração atual, o que seria impossível ao homem neste mundo ; mas do desejo de glorificar a Deus em todas as nossas ações, desejo que deve ser permanente em nós. Por isso Santo Agostinho disse : « Si o vosso desejo for frequente, freqüente será a vossa oração; se vosso desejo for continuo, continua será a vossa oração. »
— A duração da vossa oração deve medir-se pela disposição da vossa alma e obrigações do vosso estado. — Aquele que prolonga a sua oração até se enfastiar e sobrecarregar o espirito, opõe-se ao mesmo fim da oração, que é conservar em todo seu fervor o desejo de glorificar a Deus. Esta doutrina, exposta com lucidez por S. Thomaz, não deveria ser esquecida por essas almas, excelentes em tudo o mais, mas que pelo excesso de suas orações abatem o espirito em vez de o reanimarem. O homem de temperança e bom senso cessa de comer quando está satisfeito, ou quando sente alguma dor d ’estomago, por melhores que sejam e mais esquisitos e saborosos os alimentos que se lhe sirvam. — Nunca deveis deixar de cumprir as obrigações do vosso estado para orardes segundo o vosso gosto. S. Thomaz ensina que, na ocasião em que estamos aplicados aos nossos deveres segundo a vontade de Deus, recebem os da sua mão as graças de que havemos mister, ainda mesmo sem essa oração freqüente. Estão em seu logar o trabalho e a fadiga. Ha até mais merecimento do que em entreter-se somente no pensamento dele, com o acontece durante a oração. — Fugi desse cuidado que vos impele a multiplicar vossas orações vocais; aplica-vos antes a santifica-as, recitando-as com sossego, atenção e devoção. Não é a abundancia de sustento, que dá vigor, mas sim a sua boa digestão. É’ por isso que S. Francisco de Salles dizia: « 0 nosso amor próprio é um grande em brulhador, que abraça sempre muito e nada aperfeiçoa. Pouco e bem ê o que faz o homem prudente e sábio ; muito e mal é o que faz o insensato e presumido.
(DIRECÇÃO PARA VIVER CHRISTÃMENTE. PELO REV. PADRE QUADRUPANI)
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