terça-feira, 15 de outubro de 2019

Péssima Hospedaria!

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Um dia Nosso Senhor disse a Santa Teresa:
“Considera minha viela cheia de sofrimentos e persuade-te de que aquele que é mais amado de meu Pai é também o que recebe mais cruzes; a medida do seu amor é também a medida do sofrimento que Ele envia. Em que poderia Eu melhor testemunhar-te minha predileção do que desejando para os que amo o que desejei para mim?”
E a santa, abrasada nas chamas do Divino amor, soube carregar as cruzes tão pesadas que Deus lhe enviou. Que grande mestra do Amor e do sofrimento é Santa Teresa! O Amor é inseparável da cruz. Só quem ama pode saber o valor da cruz! “Ou sofrer ou morrer”, dizia a Matriarca do Carmelo. Notamos que os santos seráficos foram os que mais sofreram. Se a dor é a escola onde se aprende a amar, por que desprezá-la? Que insensatos somos todos os que preferimos um pequenino e louco prazer à dor tão fecunda, à mortificação, ao sacrifício! Como nos havemos de arrepender na hora da morte de não ter sofrido com paciência e abraçado generosamente a cruz!
“A vida – dizia Santa Teresa – é apenas uma noite, que se passa numa péssima hospedaria”
Logo há de raiar a aurora do dia eterno. Paciência! Por uma noite só não queremos sofrer um pouco? Quanto mais longo e doloroso é o exílio, tanto mais feliz e agradável será a volta à pátria. Oh! Veremos logo o Céu, a nossa pátria! Tudo passa! Suportemos apenas por mais uma noite a péssima hospedaria desta terra de exílio. Amanhã será o dia eterno, a Pátria, o Céu!
(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 310)

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