sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O que é a Humildade?

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É uma virtude que pertence à virtude cardeal da temperança e tem por fim moderar as nossas loucas aspirações de grandezas.
Humildade vem de humus: terra. Humildade quer dizer: o que está abatido até a terra. A virtude da humildade modera, regula as tendências da alma que deseja se elevar acima dos limites traçados pela razão e pela graça.

É um conhecimento de si mesmo sem as ilusões do amor-próprio. Uma luz que faz o homem se conhecer e conhecer melhor a Deus.
É o desprezo de si até o amor de Deus, como o orgulho é o amor de si mesmo até o desprezo de Deus no expressivo dizer de Santo Agostinho (1).
Enfim “a humildade é a verdade” diz Santa. Teresa. É um ato da inteligência e da vontade. A inteligência que conhece a sua miséria e pequenez e reconhece a grandeza de Deus. A vontade que se abate e se humilha, enfim.
Pode-se então definir a humildade:
Uma virtude sobrenatural que, pelo conhecimento que nos dá de nós mesmos, nos inclina a nos. estimarmos em nosso justo valor, e a buscarmos o abatimento e o desprezo (2)
Noverim me, nouerim te!, diz Santo Agostinho: — Que eu me conheça, ó Senhor, e que eu Vos conheça!
Noverim me ut despiciam me! – Que eu me conheça para que me despreze!
Noverim Te ut amem Te! – Que eu Vos conheça, para que Vos ame!
Eis aí a humildade. É, sim, a verdade pura. Para ser humilde basta, pois, ser verdadeiro. Reconhecer e confessar nossas misérias, nosso nada. E, mais ainda, aceitar esta condição miserável, eis ai a dupla humildade de espírito e de coração.
Quando a alma esclarecida sobre a sua condição, se vê bem pequenina e pobre, então, pode dizer ao Senhor:
“Nada sou, nada tenho, nada posso. Só tenho de próprio a miséria e o pecado, o nada. Na ordem natural e sobrenatural nada tenho e tudo recebi de Vós”
Quando de coração se chegou a reconhecer e viver praticamente de acordo com estes sentimentos, eis a humildade.
(Brandão, Ascânio. A Humildade. Editora SCJ, 1941)

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