A caridade para com os pobres, doentes e a simplicidade de vida marcaram profundamente a história de Santa Isabel.
Depois de uma vida conjugal marcada pela alegria, fidelidade e união, o marido Luís veio a falecer vitima da peste, ela tinha apenas 20 anos quando ficou viúva e com a morte do esposo ela passou a sofrer terrivelmente nas mãos dos parentes do falecido.
Ela é representada na arte litúrgica como uma mulher carregando pães ou rosas no seu manto ou usando uma coroa de princesa ou dando comida a um pedinte, pois, certa vez, ela estava levando comida para um doente pobre e Luís mandou que ela parasse e olhou debaixo do seu manto, mas em vez de comida ele só encontrou rosas. Este teria sido o seu primeiro milagre.
Depois de uma vida conjugal marcada pela alegria, fidelidade e união, o marido Luís veio a falecer vitima da peste, ela tinha apenas 20 anos quando ficou viúva e com a morte do esposo ela passou a sofrer terrivelmente nas mãos dos parentes do falecido.
Ela é representada na arte litúrgica como uma mulher carregando pães ou rosas no seu manto ou usando uma coroa de princesa ou dando comida a um pedinte, pois, certa vez, ela estava levando comida para um doente pobre e Luís mandou que ela parasse e olhou debaixo do seu manto, mas em vez de comida ele só encontrou rosas. Este teria sido o seu primeiro milagre.
O matrimônio
Enganosa é a graça, e vaidade a formosura; a mulher que teme ao Senhor, essa será
louvada. (Prov. 31, 30.)
Luxo no vestir
Não está no poder do homem mudar a figura corporal que recebeu da natureza, mas pode
transformar a aparência externa, vestindo-se à vontade. Há, entretanto, muitas pessoas pobres
que não têm que escolher neste sentido: vestem o que possuem; mas, nas pessoas abastadas o
modo de vestir-se é, muitas vezes, exactamente o espelho do interior, porque vestem-se como
querem.
Isabel trajava à moda das princesas daquela época; com certeza não achava nisso nada de
ilícito, não tendo outra intenção senão agradar ao esposo e evitar particularidades e esquisitices.
Um dia de grande festa, desceu, segundo o costume, a Eisenach, vestida com todo o luxo,
coberta de jóias, cingindo-lhe a cabeça o diadema ducal. Acompanhavam-na a sogra e
numerosa comitiva. Dirigiram-se todos a uma das igrejas da cidade.
Todas as vezes que entrava na casa de Deus, costumava lançar logo os olhos sobre a
imagem do Senhor Crucificado; foi o que fez também nesta ocasião. E, como o Espírito de
Deus sopra onde e quando quer, reparando no crucifixo e vendo o Salvador coroado de
espinhos e com as mãos e os pés encravados, sentiu-se, como outrora na infância, traspassada
de compunção e, entrando em si, disse consigo: "Eis aí o teu Deus suspenso na cruz, e tu,
criatura inútil, adornada de preciosidades ! Sua cabeça está coroada de espinhos e a tua cinge
uma coroa de ouro !" E, no mesmo instante, vencida da dor intensa que experimentava,
desfaleceu e caiu por terra. Os assistentes, assustados, ergueram-na e levaram-na para a porta da
igreja a fim de dar-lhe ar fresco e lhe aspergiram água benta sobre o rosto.
Voltou ela logo a si; mas, a partir desse momento, tomou a resolução de renunciar a todo
e qualquer adorno, fora do caso em que o exigissem as obrigações do seu estado ou a vontade
de seu esposo.
Encontra-se, nos depoimentos de suas damas, a descrição de muitos objetos que faziam
então parte do trajo de uma princesa, os quais ela depôs para sempre; por exemplo, os mantos e
véus de cores vivas, as mangas estreitas e cheias de pregas, as fitas de seda para os cabelos,
enfim os vestidos muito compridos e de cauda.
Quando se via na necessidade de aparecer nos trajos de cerimónia, trazia sempre, sob a
púrpura e o ouro, um vestido simples de lã e o cilício que nunca abandonava.
Em geral só compreendemos a gravidade de um erro cometido depois de havermo-nos
reconciliado com Deus, assim como reparamos no perigo em que estávamos, quando nos
sabemos salvos e fora dele. Ao mesmo tempo, sentimo-nos impelidos a prevenir o próximo para
lhe poupar igual prejuízo . Desde que Isabel, pelo amor de Jesus Cristo, não trajava senão com
simplicidade e modéstia, recomendava às damas nobres que a vinham visitar que renunciassem
ao luxo no vestir, não atraindo mais sobre si os olhos dos curiosos por meio de vestuários
pomposos e bizarros.
A jovem duquesa tomou tanto a peito esta questão, que mandava às senhoras de seu
conhecimento até moldes de vestidos que lhes julgava serem apropriados, a fim de que vissem
não ser impossível trajarem com modéstia cristã, apesar do alto e altíssimo grau de sociedade
que ocupavam.
Pessoas e, com especialidade, mulheres, que aos olhos do mundo desejam passar por belas, ricas ou fidalgas, geralmente fazem muito caso de atavios e vestidos. Consequência disso
é que muitas se vestem com mais fidalguia e luxo do que lhes compete, em vista de seu estado e
posses; sentem-se até infelizes e cheias de inveja, quando não podem acompanhar a moda.
É a soberba da vida, o espírito do mundo. Entretanto diz, bem claramente, S. João
Evangelista (1. 2, 15.): Se alguém ama o mundo, a caridade do Pai nele não está. Por isso, sem
dúvida alguma, há de manifestar-se o desprezo dos enfeites do corpo nas pessoas que amam
verdadeiramente ao Pai do Céu.
Até que ponto este desdém chegava em nossa Santa, deixava-o ela, às vezes, entrever,
brincando embora, mas contudo fazendo compreender os sentimentos de seu coração e uma
seriedade profunda. Nos seus desabafos familiares, pois, com as suas servas que também eram
suas amigas, envolvia-se, às vezes, num grande e velho manto, cobria a cabeça com um pano
grosso e roto e, passeando pela sala como uma pobrezinha, dizia, como que advertida por uma
inspiração celeste da sorte que o Senhor lhe reservava :
— Assim andarei quando for mendiga pelo amor de Deus.
Da mesma forma que uma moça pobre ou uma criada se julga, talvez, feliz ao imaginar o
trajo custoso que há de vestir quando se casar com um homem rico, assim para a jovem
condessa era um prazer apresentar-se, ao próprio espírito, coberta de farrapos a pedir esmolas,
pois era dos pobres de que fala o Evangelho :
Das mulheres não seja adorno o do exterior, os cabelos frisados, ou os adereços de ouro,
ou o preparo e forma dos vestidos; mas aquele que reveste o íntimo do coração humano, com a
incorruptibilidaãe de um espírito pacífico e modesto, que é de um grande valor diante de Deus.
(l. Pedro, 3, 3-4.)
Retirado do livro: Santa Isabel da Hungria, Albano Stolz. Transcrição do livro de 1952
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