Senhor! É obra de misericórdia consolar os que choram, dar de comer a quem tem fome, visitar os encarcerados.
Eu te disse, é obra de misericórdia consolar os que choram; consola, então, meu coração amargurado, enxuga minhas lágrimas! Ah! é essa porção querida de cândidos lírios, que mitiga minha cruenta dor!
Ah! filhinha, se não fosse essa porção querida, a justiça de meu Pai teria desabado sobre a humanidade ingrata!
Neste sacramento de amor, onde permaneço dia e noite sinto necessidade de um pouco de alimento, e o meu alimento é fazer o bem, alimentar meus filhos com a minha própria carne! Eu te disse, é, obra de misericórdia dar de comer a quem tem fome, e vós, porção querida, lírios do meu jardim, podeis suprir esses corações ingratos, que não me dão a esmola de seu amor!... Filhinha, Eu sou teu mendigo! Tenho tanta fome, tanta sede, tenho frio, estou nu! Deixei meu tesouro para vir morar em vossas casas! Apesar de tanta indigência, sinto-me satisfeito por morar com os filhos dos homens, porque o meu desejo é fazê-los a todos felizes. Dizei a todos cândidos lírios de meu jardim, que estou com fome, que é obra de misericórdia matar a fome de um pobre mendigo, que se acha às suas portas! ...
Sim, Eu estou à porta de cada um de meus filhos, onde ao mesmo tempo me acho prisioneiro! É obra de misericórdia visitar os encarcerados? Vosso Deus, o vosso amigo, o vosso Pai se acha na prisão à espera da vossa visita! ... Ó ingratidão de um filho que vê seu pai na prisão e não o vai visitar! ...
Eu, prisioneiro, porque cometi o crime de vos amar com loucura! Este crime, filhinha, me mereceu a sentença de ficar prisioneiro até o fim dos séculos; sentença irrevogável, não há apelação até o fim dos séculos! ...
Vosso amigo na prisão, isto não vos entristece o coração?! Vosso pai prisioneiro não dilacera a vossa alma?!... Direis vós: O culpado fui eu, cometi um crime, agora só me resta cumprir à risca minha sentença! Filhinhas, vede um Deus sentenciado!... Sim, sentenciado!... Condenado a uma longa e dura prisão!... Sim ela se torna dura quando os filhos queridos não me vêm visitar! Quando vejo porem os cândidos lírios, minhas esposas, se aproximarem de mim, desaparece a dura prisão e se torna o sacrário um paraíso! Quando estas cândidas donzelas vem a mim com as vestes mais alvas que a neve, no meio dessa brancura acho minhas delicias! Ah! então, filhinha, mato minha sede, sacio minha fome, enxugo minhas lágrimas. Dai-me uma nova veste, cicatrizai minhas chagas abertas pela ingratidão dos filhos, que não me vem visitar!
Jesus do Calvário, prisioneiro por amor dos homens.
Por uma missionária anônima do Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado
O Bom Combate na Alma Generosa
1ª. Edição
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