terça-feira, 27 de setembro de 2016

POR QUE NÁO DEVEMOS COMER OS DOCES DE COSME E DAMIÃO

falecidos mais ou menos em 303
São Cosme e São Damião eram gêmeos, nascidos na Arábia. Segundo a tradição, dirigiram-se à Síria para completar os seus estudos de medicina, fixando moradia depois na Cilícia.
Faziam de sua profissão um exercício de caridade e não pediam dinheiro em troca dos serviços quando o doente não dispunha de recursos.
Foram, por isso, cognominados de “anargyrol”, quer dizer, os sem dinheiro. À sua atividade médica conjugaram o zelo apostólico, convertendo muitos doentes à Fé católica.
Durante a perseguição de Diocleciano, acabaram presos por ordem do governador da Cilícia. Este, para induzi-los a renegar a fé, submeteram-os a torturas. Em seguida, à decapitação, tendo sido os dois corpos transladados à Síria e sepultados em Ciro.
Ambos os santos mártires, a partir dos séculos IV e V, foram cultuados. Na Idade Média, difundiu-se muito essa devoção. Roma dedicou-lhes uma bela basílica no Fórum Romano.
Lamentavelmente, no Brasil, o culto desses santos benfeitores foi bastante deturpado ao longo da história, em razão do sincretismo religioso, difundido, sobretudo, entre os africanos trazidos pelos escravos ao Brasil, a partir do século XVI.
O sincretismo constitui a mistura inconcebível de elementos de paganismo ou de umbanda com o Catolicismo. No caso em questão, pretende dar "aparência católica" a um sistema de crenças completamente oposto ao que ensina a nossa Fé. Lamentavelmente, em nossos dias, não só o establishment, mas as próprias instituições católicas, não raro, promovem o sincretismo como sendo algo inócuo, ou inerente ao “ecumenismo” que grassa em toda parte. Isso causa gravíssimo dano à fé.
São Cosme e São Damião inserem-se nesse quadro.
De fato, os escravos africanos criaram uma engenhosa maneira de enganar os senhores de engenho: invocavam os deuses pagãos (na realidade, demônios), denominados orixás — como "Oxalá", "Ogum", "Iemanjá" e muitos outros. Entretanto, ao fazê-lo, simulavam estar rezando a Nosso Senhor, a Nossa Senhora ou a alguns dos santos mais reverenciados na época, como São Sebastião, São Jorge, Santa Bárbara. Também, a São Cosme e São Damião. Para isso, ao pronunciarem os santíssimos Nomes de Jesus e de Maria, ou dos santos, tinham em mente, na realidade, reportar-se às divindades pagãs, que continuavam a cultuar, embora de forma camuflada.
Desse artifício proveio muita confusão, posteriormente, entre o povo católico brasileiro, a fortiori entre as pessoas mais simples, o que persiste até nossos dias.
No dia da celebração de Cosme e Damião, por exemplo, adeptos dessas seitas pagãs costumam distribuir doces às crianças, usando os nomes dos santos católicos para homenagear determinadas "entidades" espirituais infantis, que invocam.
Em vista do significado que se oculta por trás desse hábito, só na aparência “inocente”, não devemos, pois, fazer uso dessas guloseimas.
- Armando Braio Ara

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