sábado, 26 de setembro de 2015

Meditação - Maria Santíssima suaviza a morte dos seus devotos, por Santo Afonso de Ligório

Sábado - 26/09/2015 - Maria Santíssima suaviza a morte dos seus devotos.


Non tanget ilos tormentum mortis - Não os tocará o tormento da morte.

     Os amigos do mundo não deixam o amigo, enquanto está em prosperidade; mas se vem a cair em alguma desgraça, especialmente a hora da morte, logo os amigos o deixam. Não faz assim Maria com os seus devotos. Nas angústias, e em particular nas da morte, que são as maiores que se pode ter na terra, nossa boa Mãe não sabe desamparar os seus fiéis servos. Assim como ela é nossa vida no tempo de nosso desterro, assim também quer ser uma doçura na hora suprema, alcançando para nós uma morte doce e preciosa, pelo que a Igreja lhe conferiu o belo título de Auxílio dos agonizantes.
      Desde o grande dia em que Maria teve a felicidade, e ao mesmo tempo a dor de assistir a morte de Jesus seu filho, que foi a cabeça dos predestinados, adquiriu a graça de assistir também a todos os predestinados na sua morte. E por isso, como diz São Boaventura, ela manda que o arcanjo São Miguel vá com outros espíritos celestiais, defender seus filhos moribundos das tentações do demônio, e receber suas almas afim de as levar ai tribunal divino.

     E não contente com isso, nossa piedosa Rainha, como prometeu a Santa Brigida, virá ela mesma e muitas vezes visivelmente assistir a todos os devotos que a serviram fielmente e se-lhe recomendaram continuamente. Assim, efetivamente, lemos que ela apareceu a Santa Clara de Montefalco, a Santa Teresa de Jesus, a São Pedro de Alcantara e as centenas e milhares de outros. Ó Deus! Que consolação será para um filho de Maria, quando no supremo momento de sua vida, em que se há de decidir a causa de sua eterna salvação, vir ao pé de si a Rainha do céu, para o defender dos assaltos dos demônios e lhe prometer a sua proteção!
     Quando São João de Deus estava para morrer, esperava a visita de Maria Santíssima, da qual era muito devoto; mas, vendo que ela não aparecia, estava aflito e lamentoso; eis que a Divina Mãe lhe aparece e, como que repreendendo-o de sua pouca confiança, lhe diz: "Meu João, não sabes que eu não desamparo os meus devotos na hora da morte?" - Animemo-nos, pois, e tenhamos a confiança em que a Virgem virá assistir-nos na hora da morte e consolar-nos com a sua presença, se nós a servirmos com amor, ao menos no tempo de vida que ainda nos resta.
     + Ó Maria Santíssima, Mãe de bondade e misericórdia, quando me lembro dos meus pecados e penso no momento da minha morte, estremeço de espanto. Ó Mãe terníssima, todas as minhas esperanças são fundadas nos méritos de Jesus Cristo e na vossa intercessão. Ó Consoladora dos aflitos, não me abandoneis então, não deixeis de me consolar nessa extrema aflição. Se agora estou tão atormentado pelo remorso dos pecados cometidos, pela incerteza do perdão, pelo perigo de recair e pelo rigor da justiça divina, que será de mim naquele momento?
     Ah, Soberana alegria! Antes que a morte chegue, dai-me uma viva dor dos meus pecados, uma verdadeira emende, e a fidelidade a Deus para o resto de minha vida. E quando soar a hora derradeira, ó Maria, minha esperança, assisti-me nas cruéis agonias em que me achar; sustentai-me para que não me desespere a vista dos pecados que o demônio me há de por diante dos olhos. Obtende-me a graça de vos invocar mais vezes então, afim de que expire tendo nos lábios o vosso dulcíssimo nome e o de vosso divino Filho. Esta graça, vós a tendes feito a muitíssimas almas que vos eram dedicadas eu a quero e espero para mim também.
    E Vós, ó meu Deus, que quisestes que a Virgem Maria, Mãe de vosso Unigênito, estivesse presente quando ele estava pregado na cruz pela nossa salvação: concedei-me, suplico-Vos, que, achando-me no fim da vida, também eu seja socorrido pela sua intercessão, e alcance a recompensa eterna. Fazei-o pelo amor de mesmo Jesus Cristo.

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